quinta-feira, 27 de maio de 2010





SOLO DE FLAUTA



I

Fui edificado em areia
Todo dia
Desmorono

II

E sonho com verdes vidraças
Pássaros e passos
De Tai-Chi-Chuan

III

Algo assim
Puro simples
Ainda distante...

IV

Tenho o ideal
Dos poetas profetas
Vagabundos e loucos

V

Que sabem dividir
O nada
Doando-se um pouco

VI

Pois não vieram
Ao mundo
Apenas para morrer...

VII

Escrevo caminhos próprios
Nas entrelinhas
Deste redondo caderno azul


VIII

Para isso
Me dei ao medo medonho
E este se transformou

IX

À custa de pesadelos
Desespero e muito sonho
Numa singela canção de ninar...

X

Sou um homem
Mas nem de longe me assemelho
Ao que vejo no espelho

XI

Deixo que meus olhos voem
Para além do que vêem
Olhando para além do que podem voar

XII


Tenho olhos finitos
A olhar o infinito
Procurando enxergar...

XIII

Para mim
O amanhã é um pássaro
Batendo asas no agora

XIV

Pássaro que gira no ar
Corrigindo em pleno vôo
Seu caminho invisível

XV

Varando séculos
Virando milênios
Recusando-se a pousar...


XVI

Conquistei o direito
De ser, viver e sonhar
O que quiser

XVII

Então decidi ser um poeta
Tranqüilo sossegado
Vibrante e apaixonado

XVIII

Que maldosamente inocente
Reforma areja e transforma
O espírito embotado dessa gente...

XIX

Com a poesia pulsante
Da vida que arde
Hoje e sempre

XX

Por toda parte
Com o amor a graça
E a beleza da arte.

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